
Neste episódio, focamos o principal alavancador de crescimento sustentável e de alto impacto: a transferência de tecnologia. Quando bem executada, aumenta substancialmente a produtividade, fortalece capacidades locais duráveis e gera receitas recorrentes de serviços. Quando mal implementada, converte-se numa despesa pontual difícil de manter.
Este guia oferece um roteiro claro e operacional para transformar boas intenções em impactos mensuráveis e replicáveis — começando pelas suas conversas na feira.
Em toda a África, agricultores e cooperativas enfrentam desafios persistentes: insumos irregulares, clima imprevisível, perdas pós-colheita acima de 30% e cadeias de valor fragmentadas.
As agrotecnologias modernas atacam esses entraves por meio de sensores de precisão, cartografia de solos, unidades modulares de processamento e cadeias de frio para a última milha. Aliadas a formação adequada, soluções de financiamento e modelos de serviço, podem:
aumentar rendimentos entre 20% e 50%;
reduzir perdas pós-colheita em mais de 30%;
abrir novas oportunidades de exportação para PME agrícolas;
criar fluxos de receita sustentáveis para parceiros locais.
A oportunidade é grande — a execução é decisiva.
Aumentar a produtividade agrícola
As tecnologias geram ganhos concretos em contextos variados. A irrigação de precisão reduz o consumo de água entre 30% e 40% e eleva os rendimentos — crucial em zonas semiáridas como o Sahel. Testes de solo e gestão de nutrientes otimizam o uso de fertilizantes (redução de custos de 15% a 25%) e melhoram a qualidade da produção. A mecanização (do pequeno trator à debulhadora/colheitadeira) pode multiplicar a produtividade por 3 a 5 em relação a métodos manuais. Laboratórios móveis viabilizam decisões em tempo real, antes impossíveis em áreas remotas.
Valorizar a transformação agroalimentar
Tecnologias pós-colheita transformam matéria-prima em produtos de maior valor agregado, retendo mais receita localmente. Secadores solares podem reduzir perdas de ~30% para menos de 5%. Unidades modulares permitem a cooperativas produzir bens embalados com preço premium. Cadeias de frio prolongam a vida útil de dias para semanas, abrindo mercados urbanos e de exportação. Unidades móveis otimizam a utilização de equipamentos entre várias comunidades.
Fortalecer cadeias de valor
A integração tecnológica torna cadeias mais resilientes e eficientes. Plataformas digitais conectam pequenos produtores diretamente a compradores, eliminando intermediários e aumentando receitas entre 20% e 40%. Rastreio por GPS e gestão de stocks reduzem custos de transporte e melhoram a rastreabilidade — condição sine qua non para exportação. Sistemas de certificação baseados em blockchain garantem rastreabilidade e qualidade transparentes, abrindo acesso a mercados premium.
Desenvolver capacidade técnica local e empreendedorismo
Uma transferência bem-sucedida cria efeitos multiplicadores: formação de técnicos certificados, redes de peças sobressalentes, currículos técnicos especializados e surgimento de empreendedores locais. Esses atores reduzem tempos de inatividade, garantem manutenção e geram receitas duráveis. Mulheres e jovens tendem a adotar rapidamente ferramentas digitais, gerando novas oportunidades socioeconómicas.
Fomentar adaptação climática e resiliência
Perante a crescente volatilidade climática, tecnologias de adaptação são essenciais: monitorização meteorológica (alertas precoces), sementes tolerantes à seca, irrigação eficiente, sistemas solares que reduzem dependência da rede e estratégias de manejo integrado que diminuem o uso de insumos químicos.
Facilitar acesso ao financiamento e reduzir riscos
A adoção tecnológica abre portas a serviços financeiros formais: pagamentos digitais, históricos de crédito, monitorização de culturas para credores, seguros indexados a dados satelitais e meteorológicos, e modelos de leasing que aliviam o investimento inicial enquanto incorrem a manutenção.
Antes de assinar um Memorando de Entendimento (MoU), respeite estas salvaguardas:
Co-conceber, não apenas entregar — envolva os utilizadores finais desde o início (hardware, interfaces, alimentação, fluxos locais). Evite pressuposições.
Modelos “service-first” — não vender só o equipamento; incluir instalação, peças, supervisão remota e financiamento pay-as-you-go.
Fortalecer capacidade local = formação + instituições — formar operadores e estruturar prestadores locais; o objetivo é autonomia.
Pilotar → iterar → escalar — começar por pilotos curtos, aprender rapidamente, padronizar e só então expandir.
Medir o que importa — monitorizar rendimento/ha, custo/tonelada, tempo de inatividade, taxa de adoção e evolução de receitas — não apenas unidades instaladas.
Etapa 1 — Avaliação de preparação (1–2 semanas)
Mapear governação cooperativa, segurança fundiária, infraestruturas elétricas e de comunicação, níveis de literacia/idiomas, logística de peças e manutenção. Prossiga apenas se a pontuação de preparação for ≥ 7/10.
Etapa 2 — Co-conceber o programa piloto (1–3 meses)
Definir objetivos mensuráveis (ex.: +25% rendimento; −30% perdas), KPIs, protocolos, responsabilidades, partilha de custos e alocação de riscos. Piloto: máximo 3 meses, tecnologia única, resultados claros e mensuráveis.
Etapa 3 — Estruturar financiamento e partilha de riscos
Combinar subvenções, financiamento ligado a desempenho e micro-leasing local. Nenhum instrumento isolado é suficiente.
Etapa 4 — Localizar cadeias de abastecimento e serviços
Contratar 2–3 PME locais: instaladores autorizados, distribuidores de peças com stocks comprometidos e suporte técnico de primeiro nível (SLA). Parceiros locais devem ser economicamente viáveis.
Etapa 5 — Conceber formação modular
Ir além de workshops pontuais: formação inicial (teoria + prática), acompanhamento em campo na primeira época, reciclagens trimestrais, materiais visuais e assistência telefónica em línguas locais.
Etapa 6 — Monitorizar, adaptar, escalar
Coleta de dados desde a semana 1: dados semanais durante o piloto, revisões aos 30/60/90 dias, decisão go/no-go com base em KPIs e plano de implantação padronizado (preços e logística).
Estufas neerlandesas na Nigéria
Empresas neerlandesas (sementes, controlo biológico, tecnologias de estufa) transferiram pacotes tecnológicos através de missões comerciais estruturadas, apoiadas por parceiros locais (ex.: Afri Agri Products Ltd) e pela agência RVO. Modelo: tecnologia + parceiro local + acompanhamento.
Países Baixos — Gana
Intervenções neerlandesas focaram melhoria de práticas e acesso a mercado, privilegiando transferência sustentável em vez de ajuda pontual. Os resultados frequentemente atingiram ou excederam as metas.
Esses exemplos mostram os ingredientes do sucesso: tecnologias comprovadas, parceiros locais, apoio institucional, adaptação e ofertas integradas.
Adoção & uso: taxa de utilização aos 90 dias > 80%; retenção entre épocas > 75%
Impacto económico: rendimento/ha; custo/tonelada (produção + pós-colheita); variação do rendimento líquido
Desempenho técnico: disponibilidade dos equipamentos; MTTR (tempo médio para reparo); tempo de resposta do serviço
Sustentabilidade: receitas dos parceiros locais; rotatividade de peças; índices de eficácia das formações
Sem estes indicadores, a transferência de tecnologia permanece despesa — não investimento.
Técnicas: importar equipamentos concebidos para rede elétrica contínua; depender de consumíveis caros; presumir acesso universal a smartphones/Internet de alta velocidade.
Modelo de negócio: ausência de caminho claro para rentabilidade do parceiro local; prazos de peças > 2 semanas; formações sem acompanhamento.
Sociais: projetar pensando apenas no “chefe de família” masculino; ignorar mulheres e jovens; exigir níveis de literacia demasiado elevados; negligenciar dinâmicas sociais locais.
O sucesso exige abordar, em paralelo, as dimensões técnica, económica e social.
Antes de qualquer compromisso, confirme:
programa piloto de 12 semanas com KPIs, papéis e partilha de custos;
parceiros de serviço local identificados e logística de peças definida;
módulos de formação em línguas locais e calendário de reciclagens;
protocolos de partilha de dados e M&E documentados;
opções de financiamento misto exploradas (subvenções + comercial + leasing);
caminho de sustentabilidade definido para além do piloto.
Se não puder assinalar todas as caixas, não se comprometa.
A transferência de tecnologia é, acima de tudo, uma relação: reúne desempenho técnico, reforço de capacidades locais, financiamento adequado e acesso sustentável a mercados. Nas suas reuniões individuais (one-on-one) na Ibero-African Expo & Matchmaking, tenha um objetivo claro: obter um compromisso para um programa piloto concreto ou um acordo bem estruturado e financeiramente sólido.
Com parceiros locais fiáveis e modelos de serviço comprovados, as tecnologias tornam-se motores de receita sustentável, criação de valor partilhado e fundações para segurança alimentar duradoura.
Participe na Ibero-African Expo & Matchmaking totalmente preparado — implemente as recomendações acima.
Sahel Agri-Sol Reveron (*)
M. Luciano Reveron Gómez
Co-Diretor Geral
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M. Kosona Chriv
Diretor Comercial e de Marketing
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(*) Sahel Agri-Sol Reveron representa uma joint venture pioneira multirregional que encarna o novo paradigma do investimento agrícola transfronteiriço. Esta aliança estratégica reúne quatro parceiros complementares: a expertise agrícola do Sahel Agri-Sol na África Ocidental, a presença continental do Solina Group na África Ocidental e Oriental, as tecnologias agroindustriais e o acesso ao mercado europeu da Reveron, bem como as capacidades de inovação agrícola da Adalidda no Sudeste Asiático.
Especializada em gestão de investimento e desenvolvimento de exportações, a Sahel Agri-Sol Reveron foca-se na identificação, desenvolvimento e escalonamento de oportunidades de alto valor nas cadeias de valor agrícolas africanas. A joint venture apoia-se nas forças combinadas dos seus parceiros para transformar o potencial agrícola bruto em produtos prontos para o mercado, criando trajectórias sustentáveis que ligam produtores africanos a mercados globais.
Esta expertise multirregional única permite uma optimização completa das cadeias de valor — desde técnicas de agricultura de precisão até pós-colheita, da conformidade com standards internacionais às redes de distribuição globais. Esta abordagem integrada posiciona a Sahel Agri-Sol Reveron como uma ponte estratégica entre a abundância agrícola africana e a procura mundial, gerando retornos mensuráveis ao mesmo tempo que fomenta um desenvolvimento agrícola sustentável através do continente.
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Sr. Kosona Chriv
Fundador do Grupo no LinkedIn «Agriculture, Livestock, Aquaculture, Agrifood, AgriTech and FoodTech» https://www.linkedin.com/groups/6789045
Co-Fundador, Vice-Presidente responsável pelas Operações, Comercial e Marketing
Deko Integrated & Agro Processing Ltd
IDUBOR HOUSE, No. 52 Mission Road (by Navis St.)
Benin City, Edo State, Nigeria | RC 1360057
Diretor Geral de Vendas e Marketing do Grupo
SOLINA GROUPE CÔTE D'IVOIRE
Cocody, Riviera Bonoumin
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11 BP 1085 Abidjan 11
Costa do Marfim
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